Para ganhar a guerra contra infecção alimentar foram criadas novas tecnologias, dispositivos e muito mais. A luta pela segurança dos alimentos está longe do fim!
Quais as novas armas da guerra contra infecção alimentar? Apresento-lhes:
Papel
Pesquisadores do Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul desenvolveram um teste simples em papel que pode detectar patógenos transmitidos por alimentos em poucos minutos. Só nos EUA os custos com tratamento de doenças transmitidas por alimentos (DTAs) passa dos 3 bilhões ao ano. Os testes atuais requerem maquinário e pessoal especializado para operar, o que os torna inviáveis para uso em larga escala em restaurantes, por exemplo.
Quando mergulhado em soluções contendo a estirpe O157: H7 de Escherichia coli, Salmonella typhimurium ou ambos, apareceram linhas na vareta indicadora de um resultado positivo, dentro de 15 minutos.
Laser
Também vem do mesmo Instituto sul coreano o laser que detecta Salmonella na sua comida. Quando o laser atinge a superfície do alimento, se dispersa mostrando padrões luminosos conforme a presença do patógeno. Uma câmera acoplada captura os movimentos das bactérias sob o laser e dispara um alarme. Este dispositivo é ideal para uso em linhas de produção em indústrias, mas também poderia ser bem aplicado numa geladeira doméstica.
A técnica tem uma limitação: detecta diferentes cepas de bactérias, mas não consegue distinguir entre elas. E também não detecta toxinas, ainda assim pode fazer uma grande diferença na produção de alimentos seguros.
US$9 milhões em pesquisas
A startup norte-americana Ancera recebeu 9 milhões de dólares de um fundo de investimento para produzir seu primeiro produto: um pequeno instrumento de tamanho de impressora chamado Piper, que usa cartuchos descartáveis do tamanho de um smartphone, também feito pela startup. Qualquer pessoa pode manipular o equipamento que detecta e quantifica Salmonella em até 8 horas.
Bônus: Nanosensores
Quando nos deparamos com um surto alimentar, rastreamos o que comemos numa tentativa de encontrar a causa do problema. Uma nova técnica pode mudar esse cenário. Ela combina dois métodos de detecção de contaminantes, a ressonância magnética e teste de fluorescência, em um só teste rápido. Com isso é possível verificar a presença de E. coli em apenas 15 minutos. No procedimento normal esse tempo pode chegar a 3 semanas e é preciso encaminhar a amostra da comida para um laboratório. Os pesquisadores esperam no futuro adaptar a técnica para detectar outras bactérias e até vírus em alimentos.
A ciência evoluiu bastante, mas continue fazendo a sua parte, nada de misturar alimentos crus e cozidos, cuidado com as tábuas de corte, preste atenção nas temperaturas de cocção e lave sempre as mãos! Infecção alimentar nem sempre provoca “só uma diarréia”, ela pode matar!
Post originalmente escrito em 25/05/2017.
Referências: Asian Scientist, Futurism, MIT Technology Review, Gizmodo, Yale Entrepreneurial Institute, Multiparametric Magneto-fluorescent Nanosensors for the Ultrasensitive Detection of Escherichia coli O157:H7, Pressed Paper-Based Dipstick for Detection of Foodborne Pathogens with Multistep Reactions, A simple and rapid method for detecting living microorganisms in food using laser speckle decorrelation