Café com cannabis no Brasil? Calma, ainda não chegamos lá, mas estamos perto… pelo menos no cheiro. Quer saber como isso é possível? Vem ver aqui!
Já falamos sobre o imenso potencial do mercado da cannabis em alimentos aqui e aqui, mas a verdade é que a legislação brasileira continua sendo um entrave para o estabelecimento desse mercado no país.
Enquanto isso, a Café Blends do Brasil ou CBD – notou que as iniciais são as mesmas do extrato de cannabidiol? – lançou uma linha de cafés com os elementos da cannabis, mas sem cannabis. É isso mesmo, eles reproduziram terpenos naturais idênticos aos aromas das flores de cannabis.
São 3 sabores, para tomar o dia inteiro, sendo que o da noite é sem cafeína. A fórmula foi desenvolvida com a ajuda da Universidade de São Paulo. O processo de pesquisa durou mais de 2 anos e custou mais de R$1 milhão (vale lembrar: pesquisa e desenvolvimento requerem tempo e investimento!).
Dá barato?
Não, porque não contém tetrahidrocanabinol (THC), que é a molécula responsável pelo efeito da planta. Os cafés contêm ervas funcionais, ingredientes amazônicos, cogumelos (não alucinógenos, claro!) e os terpenos, responsáveis pelo aroma da planta e do produto, tudo liberado pela Anvisa. “A cannabis tem dezenas de terpenos em uma planta só.” Então conseguiu-se o perfil sensorial com substâncias de outras espécies, como as rosas, por exemplo.
Ah, e não confunda com outro café, o Maryjuana Coffee, uma linha de cafés desenvolvida para harmonizar com as principais cepas de cannabis do mercado, formando blends que se complementam e realçam os sabores. Estes também não são café com cannabis em sua composição, ou seja, quem quiser consumir uma experiência sensorial completa, é por sua conta e risco.
Temos outros negócios além de café com cannabis no Brasil?
Em 2022 nasceu a Kanna, a primeira DAO brasileira focada em cannabis. Uma DAO é uma organização autônoma descentralizada, e a Kanna utiliza blockchain e cânhamo como meio para financiar sua operação em causas de impacto.
O plantio de cânhamo, uma espécie muito eficaz na remoção de gás carbônico da atmosfera, representa uma fração de solo revitalizado. Ou seja, cria-se um lastro em solo revitalizado e CO2 removido. Funciona como uma compensação de danos através da comercialização de créditos de carbono, e ainda possibilita doações para ajudar comunidades de regiões vulneráveis.
Como a lei brasileira não permite a plantação em larga escala, a solução é arrendar áreas para cultivo em outros países da América Latina, como Uruguai e Colômbia. Aliás, também não há regulamentação para as DAOs no país, mas a Kanna já está com pré-venda aberta.
Esse é um modelo de negócios de Finanças Regenerativas, ou ReFi, que busca uma maneira de usar o dinheiro para regenerar o planeta. Regenerar está entre as palavras que você mais ouvirá nos próximos anos, já que chegamos a um ponto em que apenas “não danificar” o planeta já não é suficiente, com cannabis ou sem cannabis, é preciso restaurar o que já foi degradado!
Fontes: Food Connection, Forbes, Exame, Migalhas, PEGN, Hemp Meds, Cláudia