E se existisse uma forma de utilizar os resíduos da sua produção para criar um produto novo e lucrar a partir dele? Sim, dá pra ir do resíduo à riqueza com upcycling. Vem saber como!
O upcycling transforma algo que, de outra forma, seria descartado em algo novo e de maior valor para os consumidores.
E já tem empresa lucrando com isso. Além de ser uma iniciativa ecológica para o planeta. Nesse texto vamos te mostrar alguns cases de sucesso e te contar mais detalhes sobre esse processo.
Muito além do dinheiro
Sim, o retorno financeiro é essencial.
Mas também é importante saber que você está investindo em algo de muito valor também para a sustentabilidade.
Para se ter uma ideia, estima-se que mais de 800 milhões de pessoas passam fome e, ao mesmo tempo, o mundo desperdiça cerca de 1/3 de seus alimentos.
A América Latina é a líder nesse desperdício, deixando 15% da sua produção ser perdida todos os anos.
Mas por que isso acontece?
As principais causas do desperdício de alimentos são: a superprodução, sistemas inadequados de armazenamento e transporte e redes de distribuição ineficientes. E aqui, o mais interessante: a maior parte desse desperdício acontece na produção, nessa etapa se perde 27% dos alimentos.
Em todo o mundo, aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são perdidos ou desperdiçados a cada ano, incluindo cerca de 45% de todas as frutas e vegetais, 35% de peixes e frutos do mar, 30% de cereais, 20% de laticínios e 20% de carnes.
Tudo isso se traduz em cerca de US$ 940 bilhões em perdas econômicas anuais. As perdas são ainda maiores quando consideramos a quantidade de recursos escassos como terra, água e energia usados para produzir alimentos.
Entra uma solução: upcycling
Como já explicamos acima, upcycling é o processo de reaproveitar resíduos de alimentos ou subprodutos em itens novos e valiosos.
Assim, além de minimizar os resíduos da sua produção você ainda os utiliza para criar um produto novo que irá lhe trazer mais vendas, ou seja, mais lucro.
Um case de sucesso
Essa é uma rede de supermercados New Seasons Market, popular no estado do Oregon, nos EUA, que resolveu reduzir o desperdício de alimentos, se tornar mais sustentável e eficiente e ainda economizar dinheiro através do upcycling.
Atualmente, os alimentos que estão sendo reaproveitados são: o frango assado, carne moída e frutas vermelhas.
Do resíduo à riqueza: vamos aos números
A New Seasons Market transformou cerca de 9.000kg de frango (que antes iriam para o lixo) em acompanhamentos para saladas vendidas no supermercado. Essa iniciativa fez com que as vendas aumentassem em 25%.
A rede de 19 lojas também está fazendo o mesmo com a carne moída e as frutas vermelhas e, por meio dessa estratégia está sendo possível lucrar 1000 dólares por trimestre em cada loja. Ou seja, 19 mil dólares extras a cada 3 meses.
Vendo o quanto o upcycling dá certo, a New Seasons Market já está testando o processo em um outro produto: o pão. A ideia é transformar o resíduo da produção dos pães para fazer pudins que também serão vendidos na loja, claro.
Em 2021, quando a empresa começou a rastrear de onde vinham as maiores perdas no supermercado, percebeu que seu departamento de comidas prontas tinha a maior quantidade de resíduos na produção.
Desde então, eles começaram a investir no upcycling, assinando inclusive o Compromisso de Desperdício de Alimentos da Costa do Pacífico, um acordo voluntário de empresas de alimentos com metas de redução do desperdício em 50% até 2030.
Além disso, o upcycling é apenas uma das formas que a New Seasons Market usa para ser uma empresa mais sustentável. Eles também adotaram o uso de embalagens mais ecológicas para seus produtos e a interrupção da venda de garrafas de água descartáveis.
Vale o investimento?
A história da New Seasons Market é apenas uma das muitas que foram do resíduo à riqueza com o upcycling.
Essa é uma oportunidade de ser um negócio responsável com a sustentabilidade e o meio ambiente e ainda ver uma grana extra entrando.
Então, a ideia é boa, sim ou claro?
Fontes: Grocery Dive, Good Morning America, Ag Funder News, Forbes