As frutas cada vez mais se provam ser fundamentais na cura de doenças. Não só na sua dieta, mas também nos seus remédios.
Gabiroba e cagaita. Já ouviu falar? Apesar de desconhecidas de grande parte do Brasil e do mundo essas frutas do cerrado brasileiro, são fonte de vitamina C quando consumidas in natura e base de um novo medicamento fitoterápico para combater o rotavírus. O estudo é da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e estima-se que o remédio terá custo acessível para ser distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A tecnologia não representa risco para a flora do cerrado, já que as plantas serão cultivadas utilizando a técnica de micropropagação, que permite sua rápida reprodução.
A transmissão da doença ocorre por via fecal-oral, ou seja, o vírus contido nas fezes do doente entra em contato com alimentos ou água e então contamina quem ingere esses alimentos. Para evitar a disseminação dessa e de outras doenças transmitidas por alimentos, é essencial a higiene das mãos antes das refeições, ao manipular alimentos e após usar o sanitário. O vírus causa diarreia aguda, vômitos e febre e é uma das maiores causas de morte infantil no mundo. Para as crianças de até seis meses, já há vacina no SUS, mas esse novo fitoterápico será para todos, reduzindo a carga viral no paciente e combatendo assim os sintomas da doença mais rapidamente.
Outra aplicação das frutas na medicina é o dispositivo para diagnóstico de leucemia. Desenvolvido por pesquisadores da USP de São Carlos, o dispositivo contém um sensor que utiliza a jacalina, presente na semente da jaca. A resposta é dada em 1 hora, enquanto o método atual demora até 3 semanas. O sistema é semelhante ao de medição de glicemia em diabéticos. Com uma amostra de sangue as células cancerígenas são detectadas. A jacalina tem a capacidade de se ligar aos açúcares produzidos pelas células leucêmicas. Se na interação entre a amostra e a nanopartícula houver luz fluorescente, significa que há célula cancerosa.
A principal vantagem, é que o sistema é de baixo custo e é portátil, o que pode fazer com que seja utilizado em ambulatórios. No futuro o sistema poderá ser utilizado para identificar mais tipos de câncer e talvez possa chegar ao mercado em dois anos.
Espero que essas e outras novidades possam em breve melhorar a vida de quem mais precisa.
Referências: UOL Notícias, Diário da Saúde, Revista Encontro