Restos de frutas costumam virar adubo ou vão para o lixo. Porém com o ucpycling eles também podem virar cosméticos.
Uma das indústrias mais problemáticas do mundo para o meio ambiente é a indústria da beleza. Por isso, alternativas upcycled são essenciais em busca de um mercado mais sustentável e consciente.
Se os cosméticos fazem parte da sua vida e você quer saber mais sobre as tendências desses produtos para o futuro, vem com a gente!
Caos na indústria de cosméticos
As questões alarmantes envolvendo esse mercado são inúmeras: poluição química, grande uso e desperdício de plástico e, até mesmo, crueldade animal.

Principais impactos ambientais causados pela indústria de cosméticos./ Image: Treehugger
Além disso, mesmo os produtos de beleza feitos com ingredientes naturais não escapam ilesos. Ou seja, não são necessariamente melhores que os produtos de base química. Te explico o porquê.
Porque muitas vezes a produção da matéria-prima se torna insustentável. O óleo de palma, por exemplo, é um dos ingredientes mais usados em cosméticos naturais. Porém, a elevada procura pelo óleo levou a um cultivo extensivo insustentável, falamos sobre as alterntivas ao óleo de palma aqui.
Outro grande problema, como mencionamos acima, é o plástico. Isso porque a poluição plástica causada pelos cosméticos não termina nas embalagens. Até os próprios produtos podem conter plástico em sua composição.

O microplástico invade facilmente os oceanos./ Image: ALEXANDER STEIN GETTY IMAGES
Frutas feias viram produtos de beleza: upcycling da ironia
Aqui estamos falando de unir o útil ao agradável.
A essa altura, com certeza, você já deve saber que as frutas e legumes “feios” não chegam sequer aos supermercados. São jogados fora por serem considerados não atraentes o suficiente para os consumidores.

Laranjas “feias” acabam por ser descartadas./ Image: IStock
Mas não precisa ser assim. Não são só os restos de frutas que viram cosméticos, as feias também podem se tornar um produto de beleza. Foi isso que fez a designer espanhola Júlia Roca Vera.
Cosméticos LLeig
Lleig significa “feio” em catalão e foi justamente a palavra escolhida para dar nome a startup de Júlia.

As embalagens também são upcycled/ Image: Behance
A primeira fruta “feia” escolhida pela espanhola para começar sua linha de produtos foi a laranja. Com a laranja, ela consegue criar 4 produtos. Com a polpa, ela extrai óleos essenciais para fazer um hidratante e um sabonete. Raspando a casca se produz um pot-pourri e o suco espremido, Júlia afirma que bebe.
E, além disso, essas embalagens de cerâmica também são upcycled e reutilizáveis. Para fazê-las, a Lleig usa resíduos provenientes de matadouros, como ossos e peles de animais.
Restos de frutas viram diversos cosméticos
Uma startup inglesa resolveu dar um destino mais nobre às partes renegadas das frutas e as transformou em cosméticos.
A FRUU é uma startup britânica de cosméticos especializada em produtos sustentáveis para a pele. O diferencial? Suas matérias-primas são restos de frutas orgânicas e outros ingredientes vegetais também derivados de resíduos alimentares.

Lip balm feito de resíduos de abacate. Quer saber mais sobre essa fruta incrível e seus subprodutos? Clica aqui!

A ciência por trás
A fundadora, Terence Chung, cientista de cosméticos e bioquímica, era professora em uma escola enquanto fazia seu doutorado. Ela abordou nas aulas o tópico da produção de cosméticos e discutiu os impactos da petroquímica nesse segmento. Naquela época ela própria passou a pensar em como os cosméticos são insustentáveis ao meio ambiente e a maioria das marcas ecológicas não atendia o público jovem.
Nasceu então a FRUU, para oferecer produtos cosméticos acessíveis e sustentáveis com um toque de diversão. No começo Terence trabalhou para alguns formuladores de cosméticos e depois passou horas testando suas próprias fórmulas em casa.

Quando será que vai chegar aqui?